Após o sacrifício dos deuses,
todas as criaturas mortais surgiram e formaram o maior e mais poderoso exército
da história. Mesmo assim, nas primeiras batalhas, suas unidades foram
massacradas pela família profana de Ngirrth’lu e da Rainha de Rapina. Nem mesmo
os poderosos dragões, nascidos do cadáver de Behemoth, representavam ameaça
para os vermes profanos. Os sete deuses restantes se juntaram para discutir o
problema. As raças eram perfeitas, possuíam número, força, engenho, mas ainda
assim, eram massacrados pelos vermes a cada combate e forneciam mais material
para a reprodução dos oponentes. Depois de uma longa assembleia, um deles
percebeu o problema: faltava-lhes vontade de vencer! Faltava-lhes desejo!
Ciente do que fazer, o deus/deusa imolou seu corpo e presenteou cada ser vivo
com uma pequena parte de sua essência, com uma pequena parte de sua chama que a
partir de então queimaria no coração de cada ser vivo: sua alma!
Dividido e em chamas, o deus
tornou-se confuso e instável. Alternando sua forma entre homem e mulher,
poderoso e fraco, o deus/deusa era inútil em combate. Mas, teve uma
participação especial na batalha final. Foi ele/ela quem convenceu a jovem
Rainha de Rapina a trair seu amado. Após esta última batalha, ele/ela subiu aos
céus onde continua queimando até hoje como uma estrela vermelha. Já as
centelhas do deus/deusa que pertencia àqueles que morreram subiram para queimar
ao lado de Desejo e a ajuda-lo a “estrelar os céus”. Até hoje, as grandes almas
– que queimam forte com o fogo do desejo – estão isentas do julgamento do
destino e transformam-se diretamente em estrelas brilhando ao lado do deus/deusa. Quando a
Rainha de Rapina, após receber o aviso de Destino, encerrar o ciclo de todos os
seres vivos, todas as centelhas do Desejo se unirão no céu noturno que se
iluminará e se tornará dia, encerrando assim o ciclo do tempo.
Além do que o nome sugere Desejo
também é o deus/deusa do amor, do fogo, das estrelas, das artes, da ambição, do
progresso, da magia. De acordo com sua natureza dual é reverenciado tanto pelos
anões (pela ambição e pelo fogo) quanto pelos elfos (que louvam as estrelas e
os desejos); por bardos errantes que pedem por aventuras e por ricos
comerciantes que desejam segurança; puritanas pedem a Desejo para que seus
maridos não tenham olhos para outras mulheres enquanto prostitutas pedem ao/à
deus/deusa por proteção e por sustento. Até mesmo os sacerdotes do deus/deusa o
consideram vaidoso, instável e inconfiável, mas, eles sabem melhor do que
ninguém que a sublimação do desejo é o caminho mais curto para a loucura.
Assim como ocorre com os deuses,
as “denominações” de Desejo possuem uma relação conturbada com os fiéis de
Shamash. Enquanto os últimos discutem a relação entre as divindades, os
primeiros tem certeza de que os dois são ou foram amantes. Os primeiros buscam
por prazer, enquanto os segundos buscam por equilíbrio.
Representação: Desejo é representado/a antropomorficamente como um
ser andrógeno, extremamente belo e de traços delicados. Portando sempre roupas
finas e caras. Sua voz é suave e em algum lugar entre a masculina e
a feminina. Seus olhos brilhantes e hipnotizantes. Não antropomorficamente, a
entidade é representada por uma chama ou por um coração.
Símbolos Sagrados e Trajes: Não existem exigências de trajes para
os sacerdotes do Desejo. (Aliás, não se pode dizer que existe qualquer tipo de
“ordem” de sacerdotes do Desejo). Contudo, espera-se que seus sacerdotes usem
roupas ou armaduras espalhafatosas, coloridas e/ou cheias de adornos. Não
existe um símbolo sagrado único do desejo, apenas algumas imagens que servem
como diretrizes e que podem ser alteradas por fiéis ou sacerdotes a seu bel
prazer para compor seu símbolo particular. Tais imagens são: estrelas, chama e
coração.
Ritos: Não
existem ritos específicos do sacerdote do desejo. Algumas vezes, os sacerdotes
realizam grandes festas regadas a música, poesia, vinho, comida ou qualquer
outra forma de excesso. Todas essas comemorações (independente de ser um
recital ou um jantar) são bem vistas, desde que sejam organizadas mais de
acordo com os desejos do anfitrião do que com as convenções sociais. Os
sacerdotes do Desejo não costumam a orar no sentido tradicional da palavra.
Como seu deus queima no interior de seus corações, tudo o que fazem é fechar os
olhos e ficar em silêncio por alguns minutos para ouvir seus desígnios.
Desejo comanda seus seguidores a:
- Seguirem seu coração e ouvirem seus instintos.
- Combaterem a hipocrisia. Os hipócritas acorrentam seu desejo e sua própria alma e tornar-se-ão (se já não o são) insanos.
- Viva de forma que não possa haver hesitação quando a Rainha de Rapina vier lhe buscar para brilhar no céu ao lado de Desejo.
- Quando em dúvida sobre o que quer, seja hedonista.
Datas Comemorativas: Não
existem datas comemorativas para os seguidores de Desejo. Comemora-se quando se
tem vontade. Contudo, é normal, que em uma noite estrelada – especialmente
quando a estrela vermelha do deus/deusa pode ser vista – que os sacerdotes
cantem algumas estrofes, recitem alguns versos e/ou executem uns passos de
dança para demonstrar alegria e respeito.
Domínios: Amor,
Vingança, Ilusão, Fertilidade, Mudança, Fogo, Feitiçaria
Ábena
Ábena
As criaturas do mundo foram
criadas da morte e do sangue para lutar uma guerra. Sua alma é o fogo do Desejo
queimando em seu coração. Se, mesmo com tudo isso, somos capazes de conviver e de construir pilares
que ainda estão de pé, devemos isso a Ábena.
Ábena é a deusa da comunidade,
civilização, matrimônio, família, paz, inovação, amizade e harmonia. Além disso, está
associada à beleza e à saúde feminina. Divide o status de padroeira do Império do Dragão com Verenestra. Enquanto a última está mais relacionada a situações de
superação, Ábena está relacionada aos tempos de paz, ordem e a coisas
cotidianas. Governadores fazem lhe tecem preces em busca de sabedoria. Nobres pedem
por bons casamentos para seus filhos e comerciantes pelo bom andamento dos
negócios. Famílias e diplomatas oram a ela pela continuidade da paz.
Segundo a cosmogonia do mundo,
foi Ábena quem impediu que a Rainha de Rapina fosse morta como punição por seus
crimes e quem estabeleceu sua "pena" como guardiã dos ciclos. Em algumas versões teria sido ela quem teria convencido a jovem a
abandonar o Verme que Caminha, em outras ela teria acompanhado Desejo nessa
reunião diplomática. Além disso, foi ela quem teve a ideia e concebeu a arma
que seria usada para derrotar Ngirrth’lu.
Com a construção da Catedral e o
surgimento da Sacerdotisa (que é uma clériga de Ábena ou, segundos alguns, um
avatar de Ábena), a deusa assumiu no imaginário popular o papel de líder do
panteão dos Sete. Ao contrário do Império para o qual é tão importante, a
liderança da deusa é feita de forma doce, diplomática e conciliatória.
Se houver uma maneira diplomática de impedir o Lorde Orc ou a Alta Druida de declararem guerra ao Império, será um sacerdote de Ábena que
a descobrirá.
Representação: Ábena
é sempre representada como uma bela mulher negra independente de ser humana,
elfa ou anã. Às vezes em roupas de
passeio, outras em armas; algumas representações até misturam tais trajes para
integrar esses dois aspectos da deusa. Sua expressão é sempre serena e pacífica
de modo a transmitir estabilidade, segurança e esperança.
Ritos: Embora, em
teoria, todos os sacerdotes possam realizar e abençoar ritos cívicos
(casamentos, posses de governadores imperais e nobres menores, etc.), essa é a
especialidade dos sacerdotes de Ábena. Quando não estão em aventuras, os
sacerdotes da deusa devem comparecer a um templo para participar ou conduzir um
culto semanal com duração de uma hora. Em aventuras, os sacerdotes
fazem uma pequena oração ao acordar (juntamente com a oração para recuperar as
magias), fazem pedidos e orações em busca de iluminação quando eles ou seus
companheiros atravessam momentos difíceis e uma vez por semana, devem realizar
um ritual um pouco mais longo (20 minutos) para abençoar a sua sociedade de aventureiros. Alguns sacerdotes também costumam a estudar os textos
sagrados durante o tempo livre e/ou realizar uma pequena oração antes de
dormir.
Ábena comanda seus seguidores a:
- Trabalhar em conjunto pela harmonia, pela paz e pelo desenvolvimento da civilização.
- Incentivar novas criações, novas invenções, novas descobertas
- Preferir o diálogo à força, sempre que possível
Datas Comemorativas: Assim como ocorre para os seguidores de
Verenestra, a data mais importante para àqueles que acreditam em Ábena é o Dia da
Vitória (o primeiro dia do ano). Outra data importante para a fé é o dia da
fundação de Santa Cora, considerado como o dia em que o culto de Ábena foi
reconhecido oficialmente como o culto guia do panteão dos Sete. Neste dia, uma
grande festa é realizada na cidade de Santa Cora (ao contrário, do Dia da
Vitória onde todas as cidades comemoraram). Durante os cinco dias sem nome, é comum que os sacerdotes da deusa realizem vígilas nos templos para manter as comunidades protegidas (e calmas). Outras datas cívicas também contam
com a participação de sacerdotes de Ábena: o aniversário do imperador, a
fundação das cidades, etc.
Títulos: A Senhora da Paz, a Musa das Invenções, a Protetora da
Família
Domínios: Amor,
Justiça, Conhecimento, Comunidade, Liderança, Fertilidade, Civilização, Viagem,
Panteão, Cura
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