26.3.14

Prólogo: Das Crenças - Os Sete (cont.)

Desejo


Após o sacrifício dos deuses, todas as criaturas mortais surgiram e formaram o maior e mais poderoso exército da história. Mesmo assim, nas primeiras batalhas, suas unidades foram massacradas pela família profana de Ngirrth’lu e da Rainha de Rapina. Nem mesmo os poderosos dragões, nascidos do cadáver de Behemoth, representavam ameaça para os vermes profanos. Os sete deuses restantes se juntaram para discutir o problema. As raças eram perfeitas, possuíam número, força, engenho, mas ainda assim, eram massacrados pelos vermes a cada combate e forneciam mais material para a reprodução dos oponentes. Depois de uma longa assembleia, um deles percebeu o problema: faltava-lhes vontade de vencer! Faltava-lhes desejo! Ciente do que fazer, o deus/deusa imolou seu corpo e presenteou cada ser vivo com uma pequena parte de sua essência, com uma pequena parte de sua chama que a partir de então queimaria no coração de cada ser vivo: sua alma!

Dividido e em chamas, o deus tornou-se confuso e instável. Alternando sua forma entre homem e mulher, poderoso e fraco, o deus/deusa era inútil em combate. Mas, teve uma participação especial na batalha final. Foi ele/ela quem convenceu a jovem Rainha de Rapina a trair seu amado. Após esta última batalha, ele/ela subiu aos céus onde continua queimando até hoje como uma estrela vermelha. Já as centelhas do deus/deusa que pertencia àqueles que morreram subiram para queimar ao lado de Desejo e a ajuda-lo a “estrelar os céus”. Até hoje, as grandes almas – que queimam forte com o fogo do desejo – estão isentas do julgamento do destino e transformam-se diretamente em estrelas brilhando ao lado do deus/deusa. Quando a Rainha de Rapina, após receber o aviso de Destino, encerrar o ciclo de todos os seres vivos, todas as centelhas do Desejo se unirão no céu noturno que se iluminará e se tornará dia, encerrando assim o ciclo do tempo.

Além do que o nome sugere Desejo também é o deus/deusa do amor, do fogo, das estrelas, das artes, da ambição, do progresso, da magia. De acordo com sua natureza dual é reverenciado tanto pelos anões (pela ambição e pelo fogo) quanto pelos elfos (que louvam as estrelas e os desejos); por bardos errantes que pedem por aventuras e por ricos comerciantes que desejam segurança; puritanas pedem a Desejo para que seus maridos não tenham olhos para outras mulheres enquanto prostitutas pedem ao/à deus/deusa por proteção e por sustento. Até mesmo os sacerdotes do deus/deusa o consideram vaidoso, instável e inconfiável, mas, eles sabem melhor do que ninguém que a sublimação do desejo é o caminho mais curto para a loucura.


Assim como ocorre com os deuses, as “denominações” de Desejo possuem uma relação conturbada com os fiéis de Shamash. Enquanto os últimos discutem a relação entre as divindades, os primeiros tem certeza de que os dois são ou foram amantes. Os primeiros buscam por prazer, enquanto os segundos buscam por equilíbrio.


Representação: Desejo é representado/a antropomorficamente como um ser andrógeno, extremamente belo e de traços delicados. Portando sempre roupas finas e caras. Sua voz é suave e em algum lugar entre a masculina e a feminina. Seus olhos brilhantes e hipnotizantes. Não antropomorficamente, a entidade é representada por uma chama ou por um coração.

Símbolos Sagrados e Trajes: Não existem exigências de trajes para os sacerdotes do Desejo. (Aliás, não se pode dizer que existe qualquer tipo de “ordem” de sacerdotes do Desejo). Contudo, espera-se que seus sacerdotes usem roupas ou armaduras espalhafatosas, coloridas e/ou cheias de adornos. Não existe um símbolo sagrado único do desejo, apenas algumas imagens que servem como diretrizes e que podem ser alteradas por fiéis ou sacerdotes a seu bel prazer para compor seu símbolo particular. Tais imagens são: estrelas, chama e coração.


Ritos: Não existem ritos específicos do sacerdote do desejo. Algumas vezes, os sacerdotes realizam grandes festas regadas a música, poesia, vinho, comida ou qualquer outra forma de excesso. Todas essas comemorações (independente de ser um recital ou um jantar) são bem vistas, desde que sejam organizadas mais de acordo com os desejos do anfitrião do que com as convenções sociais. Os sacerdotes do Desejo não costumam a orar no sentido tradicional da palavra. Como seu deus queima no interior de seus corações, tudo o que fazem é fechar os olhos e ficar em silêncio por alguns minutos para ouvir seus desígnios.

Desejo comanda seus seguidores a:
  • Seguirem seu coração e ouvirem seus instintos.
  • Combaterem a hipocrisia. Os hipócritas acorrentam seu desejo e sua própria alma e tornar-se-ão (se já não o são) insanos.
  • Viva de forma que não possa haver hesitação quando a Rainha de Rapina vier lhe buscar para brilhar no céu ao lado de Desejo.
  • Quando em dúvida sobre o que quer, seja hedonista.

Datas Comemorativas: Não existem datas comemorativas para os seguidores de Desejo. Comemora-se quando se tem vontade. Contudo, é normal, que em uma noite estrelada – especialmente quando a estrela vermelha do deus/deusa pode ser vista – que os sacerdotes cantem algumas estrofes, recitem alguns versos e/ou executem uns passos de dança para demonstrar alegria e respeito.


Domínios: Amor, Vingança, Ilusão, Fertilidade, Mudança, Fogo, Feitiçaria

Ábena


As criaturas do mundo foram criadas da morte e do sangue para lutar uma guerra. Sua alma é o fogo do Desejo queimando em seu coração. Se, mesmo com tudo isso, somos capazes de conviver e de construir pilares que ainda estão de pé, devemos isso a Ábena.

Ábena é a deusa da comunidade, civilização, matrimônio, família, paz, inovação, amizade e harmonia. Além disso, está associada à beleza e à saúde feminina. Divide o status de padroeira do Império do Dragão com Verenestra. Enquanto a última está mais relacionada a situações de superação, Ábena está relacionada aos tempos de paz, ordem e a coisas cotidianas. Governadores fazem lhe tecem preces em busca de sabedoria. Nobres pedem por bons casamentos para seus filhos e comerciantes pelo bom andamento dos negócios. Famílias e diplomatas oram a ela pela continuidade da paz.

Segundo a cosmogonia do mundo, foi Ábena quem impediu que a Rainha de Rapina fosse morta como punição por seus crimes e quem estabeleceu sua "pena" como guardiã dos ciclos. Em algumas versões teria sido ela quem teria convencido a jovem a abandonar o Verme que Caminha, em outras ela teria acompanhado Desejo nessa reunião diplomática. Além disso, foi ela quem teve a ideia e concebeu a arma que seria usada para derrotar Ngirrth’lu.

Com a construção da Catedral e o surgimento da Sacerdotisa (que é uma clériga de Ábena ou, segundos alguns, um avatar de Ábena), a deusa assumiu no imaginário popular o papel de líder do panteão dos Sete. Ao contrário do Império para o qual é tão importante, a liderança da deusa é feita de forma doce, diplomática e conciliatória.


Se houver uma maneira diplomática de impedir o Lorde Orc ou a Alta Druida de declararem guerra ao Império, será um sacerdote de Ábena que a descobrirá.


Representação: Ábena é sempre representada como uma bela mulher negra independente de ser humana, elfa ou anã.  Às vezes em roupas de passeio, outras em armas; algumas representações até misturam tais trajes para integrar esses dois aspectos da deusa. Sua expressão é sempre serena e pacífica de modo a transmitir estabilidade, segurança e esperança.

Ritos: Embora, em teoria, todos os sacerdotes possam realizar e abençoar ritos cívicos (casamentos, posses de governadores imperais e nobres menores, etc.), essa é a especialidade dos sacerdotes de Ábena. Quando não estão em aventuras, os sacerdotes da deusa devem comparecer a um templo para participar ou conduzir um culto semanal com duração de uma hora. Em aventuras, os sacerdotes fazem uma pequena oração ao acordar (juntamente com a oração para recuperar as magias), fazem pedidos e orações em busca de iluminação quando eles ou seus companheiros atravessam momentos difíceis e uma vez por semana, devem realizar um ritual um pouco mais longo (20 minutos) para abençoar a sua sociedade de aventureiros. Alguns sacerdotes também costumam a estudar os textos sagrados durante o tempo livre e/ou realizar uma pequena oração antes de dormir.

Ábena comanda seus seguidores a:
  • Trabalhar em conjunto pela harmonia, pela paz e pelo desenvolvimento da civilização.
  • Incentivar novas criações, novas invenções, novas descobertas
  • Preferir o diálogo à força, sempre que possível



Datas Comemorativas: Assim como ocorre para os seguidores de Verenestra, a data mais importante para àqueles que acreditam em Ábena é o Dia da Vitória (o primeiro dia do ano). Outra data importante para a fé é o dia da fundação de Santa Cora, considerado como o dia em que o culto de Ábena foi reconhecido oficialmente como o culto guia do panteão dos Sete. Neste dia, uma grande festa é realizada na cidade de Santa Cora (ao contrário, do Dia da Vitória onde todas as cidades comemoraram). Durante os cinco dias sem nome, é comum que os sacerdotes da deusa realizem vígilas nos templos para manter as comunidades protegidas (e calmas). Outras datas cívicas também contam com a participação de sacerdotes de Ábena: o aniversário do imperador, a fundação das cidades, etc.


Títulos: A Senhora da Paz, a Musa das Invenções, a Protetora da Família

Domínios: Amor, Justiça, Conhecimento, Comunidade, Liderança, Fertilidade, Civilização, Viagem, Panteão, Cura

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