10.9.07

Texto de Abertura I - Retrospectiva


Algum ponto do passado, em um local desconhecido.

Dois raios cortam o céu noturno. Em um quarto, um menino de 5 ou 6 anos se encolhe no canto agarrado a seu cobertor. A alguns passos de distância, ao lado da cama, sentado em uma cadeira, está um homem negro, alto, de ombros largos, olhos e semblante sérios apesar da pouca idade. Em sua testa um pequeno adorno. Uma pequena jóia de cor azul clara. Para destrair o menino de seu medo e ajudá-lo a dormir, o negro inicia a seguinte história.

"Há muito tempo atrás, em outro universo, existia um mundo. Um mundo muito mais antigo que o nosso. Um mundo onde havia vida, como no nosso, magia, como no nosso, e pessoas, como no nosso. Porém, não havia deuses como no nosso. Nesse mundo existia apenas um deus. Ele tudo criava e tudo destruía, estava em todos os lugares em todos os tempos, era senhor da magia e da natureza, via dentro das cabeças e das almas de seus fiéis. Ele tinha poder infinito. E era chamado de o "um". Um dia, entediado, voltou seu olhar para outro universo e viu outro mundo. Um mundo que acabara de nascer. Nosso mundo."

"Observou muitos problemas e atribui esses problemas a nossos deuses que considerou como fracos e inexperientes. Resolveu, então, consertar nosso mundo tomando o lugar de nossos deuses. O poder desse deus ancestral era tamanho que os 20 deuses nada puderam fazer. Contudo, ao estender seus domínios a outro universo o um desafiou mais do que vinte deuses, desafiou a ordem natural do cosmos. Desafiou o próprio Nada e o Vazio."


"Então, o Nada e o Vazio interferiram diretamente. Porém, o poder do um era tamanho que ele não poderia jamais ser destruído. Mas, sua força poderia ser aprisionada para sempre. À nossos deuses coube criar jóias capazes de aprisionar a energia do um, e ao Nada e o Vazio coube aprisioná-la nas pedras fazendo com que a consciência desse deus se perdesse para todo sempre. Como não poderiam ser destruídas, as jóias foram guardadas em nosso mundo. Para impedir que as criaturas do mundo nascente entrassem em contato com essas joiás, os deuses escolheram habitantes do mundo do deus ancestral para guardá-las, protegê-las e mantê-las em segredo. Esse povo honrado, que fora contra seu deus, apesar de seu poder infinito, era chamado de "Gerudo". Porém, por mais nobre que fosse esse povo, ele fora construído a imagem e semelhança de seu deus. Tomado pela ambição, esse povo moldou em segredo poderosas armas capazes de utilizar a poderosa energia contida nas pedras. Obtendo assim poder suficiente para ameçar o própio Panteão. Os deuses, no entanto, agiram mais rápido. E rogaram sobre esse povo uma poderosa maldição. Sua cultura, sua história e sua terra foi destruída. Sob os ombros de seus filhos e netos foi jogado o fardo de uma guerra eterna e secreta. O eterno retorno da história da criação de tal armas, o eterno retorno de sua primeira batalha..."

O homem interrompe a história ao se dar conta que o menino caira no sono.

"Espero que Everetth esteja certo no que diz respeito a você..."

"Achei que você era um homem de fé, Kollos...".
Os relâmpagos iluminam um homem alto de manto negro parado no batente da porta. Seus cabelos curtos e olhos quase tão negros quanto seu manto. Seus traços e movimentos delgados conjugam-se a voz grave para formar uma figura imponente.

"Eu sou um homem de fé, Eric. Fé em meu deus..."

"Já estamos prontos para a partida. Vamos e deixe o homem se despedir de seu filho..."

"Eu não gosto disso. Ele tem família, não deveria ser envolvido..."

"Não há outra maneira. McLeary é o único que pode nos guiar..."



Vectora, Sob o mês de Exinn

O sacerdote de Khalmyr Korn McLeary desperta de seu sono no quarto da estalagem "O Cachecol da Donzela" Seu sonho se esvai tão rápido quanto surgiu e é substituído por memórias. Memórias de até pouco tempo atrás, quando McLeary era apenas o nome mais cotado para assumir a responsabilidade pelo templo da pequena cidade de Atherton no reino de Deheon. Mas, isso foi antes de conhecer Gorak. Esse misterioso habitante de Atherton mudou para sempre a vida de Korn e de alguns de seus amigos. Gorak apresentou a eles seu destino. Partir em uma jornada pela busca de poderosos artefatos mágicos. Para se preparar para uma terrível guerra secreta contra o mago yudeniano Maximoff que outrora portara um desses itens e fora amigo de Gorak. Desde então muito se passou com os aventureiros. Enfrentaram inúmeros perigos em florestas infestadas por Trolls ou em torres pertencentes a harpias feiticeiras. Lutaram torneios, partiram em busca de cura para uma praga. Lutaram guerras contra golens e ao lado de piratas. Já foram considerados fugitivos e já foram considerados heróis.
Mas, o grupo de aventureiros também mudou. Agora, em Vectora, estão: Luke (guerreiro élfico herói da revolução druídica de Tollon), Squall Leonhart (parte do grupo original, de volta depois de uma longa e misteriosa ausência), Ivellius Meliamme (astuto mago e sábio sacerdote de Wynna), Ryan Reifenrath (dividido entre o treinamento de paladino e a magia em seu coração) e Dark Vantoi (paladino de Khalmyr, formado junto com Korn, recentemente retornado dos mortos).
Vectorius, prefeito da cidade voadora, conhece o paradeiro de um artefato essencial para a guerra desses aventureiros. Artefato este que tornará um deles pronto para a terrível batalha final que se aproxima. Contudo, o mago exije um preço em troca... um preço que pode ser alto demais...

E agora, a aventura deles, continua...